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A Adolescência na Contemporaneidade: Conflitos Sociais, Redes Sociais e o Impacto na Saúde Mental

a imagem mostra um corredor de uma escola, cheio de adolescentes, todos com celulares, porem não interagem, cada um com seu celular. O corredor esta com uma cor acinzentada, sem vida, pois mesmo cheio ninguém esta conversando, serve pra refletirmos de como as redes socias e o excesso de tecnologia, causam um impacto na saúde mental e social dos nossos adolescentes

Um olhar sensível sobre uma fase intensa

A adolescência sempre foi uma etapa marcada por descobertas, transformações e conflitos. Mas na contemporaneidade, essa fase parece ter ganhado novas camadas de complexidade. Vivemos em uma sociedade acelerada, hiper conectada e exigente. E nesse cenário, os adolescentes têm enfrentado desafios emocionais, sociais e psicológicos cada vez mais intensos.

Este post é um convite à reflexão. Através de dados, observações e inspirações como o documentário “Adolescência”, da Netflix, vamos entender como as redes sociais, os conflitos sociais e a ausência de suporte emocional têm impactado a saúde mental dos jovens — e, mais do que isso, como podemos acolhê-los com mais empatia.

Redes Sociais: Entre a conexão e o isolamento

A imagem com uma paleta de cores cinza, azul e branco, mostra dois adolescentes de costas um para o outro, com olhares distantes sem interagir, mas conectados com seu celulares.

Vivemos em uma era digital onde os adolescentes nasceram imersos em redes sociais. Elas são, ao mesmo tempo, ferramentas de expressão, socialização e também de comparação, cobrança e ansiedade.

Estudos apontam que a exposição excessiva às redes está diretamente ligada ao aumento de quadros de depressão, ansiedade e transtornos alimentares. Isso porque, no ambiente online, tudo parece perfeito: corpos esculpidos, vidas bem-sucedidas, amizades sem conflitos, namoros de filme. E quando o adolescente compara sua realidade — que é real e imperfeita — com esse universo filtrado, ele se sente insuficiente.

O documentário “Adolescência” aborda justamente esse ponto. Nele, adolescentes compartilham o quanto se sentem pressionados a manter uma imagem idealizada, enquanto internamente lutam contra sentimentos de inadequação e solidão. Essa desconexão entre o que se é e o que se mostra pode ser extremamente dolorosa.

Conflitos sociais: a cobrança do mundo adulto sobre quem ainda está se formando

Além da pressão digital, os adolescentes de hoje enfrentam um cenário social exigente. São pressionados a escolher uma carreira cedo demais, a ter bom desempenho escolar, a se posicionar politicamente, a cuidar da saúde, da imagem, das amizades — e tudo isso sem que tenham, muitas vezes, maturidade emocional para lidar com tantas cobranças.

A escola, que deveria ser um espaço de acolhimento, também pode se tornar um ambiente competitivo e excludente. Há bullying, preconceito, e até mesmo invisibilização de jovens que não se encaixam nos padrões esperados.

Enquanto isso, em casa, muitos pais estão sobrecarregados, desconectados emocionalmente ou despreparados para lidar com essa nova geração. Isso tudo contribui para que os adolescentes se sintam sozinhos, perdidos e sufocados.

A saúde mental juvenil em alerta vermelho

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais representam atualmente uma das principais causas de incapacitação entre adolescentes. Depressão, ansiedade, automutilação e até tentativas de suicídio têm se tornado cada vez mais frequentes nessa faixa etária.

O mais preocupante é que, muitas vezes, os sinais são silenciosos. Um adolescente retraído, irritado ou desmotivado pode estar gritando por ajuda — mas seu pedido se perde entre julgamentos, rótulos e incompreensões.

O filme “Adolescência” mostra cenas tocantes de jovens que falam abertamente sobre seus medos e dores. Eles relatam como tentaram esconder o sofrimento para não preocuparem seus pais, ou por medo de não serem levados a sério. Essa realidade reforça a urgência de criarmos espaços seguros de escuta e acolhimento.

Escutar com empatia: o primeiro passo para o cuidado

Muitos adultos ainda têm dificuldade em validar o sofrimento dos adolescentes. Frases como “isso é coisa da sua cabeça”, “você não tem motivo pra estar triste” ou “na sua idade eu já trabalhava” são comuns, mas extremamente nocivas.

É preciso compreender que o que para um adulto pode parecer banal, para um adolescente pode ser o centro de seu universo emocional. O primeiro passo para ajudá-los é escutar. Escutar com o coração aberto, sem interrupções, sem tentar corrigir de imediato, mas sim acolher o que está sendo dito.

Adolescentes não precisam de discursos prontos ou soluções mágicas. Eles precisam saber que podem contar com alguém, que sua dor será levada a sério, que não estão sozinhos.

“Adolescência” (Netflix): um documentário necessário

O documentário “Adolescência”, disponível na Netflix, é uma produção que deveria ser assistida por pais, educadores e profissionais da saúde. Com depoimentos sinceros e imagens tocantes, ele nos convida a olhar para os adolescentes com mais empatia e responsabilidade.

Ele evidencia que, por trás de cada jovem conectado, pode existir alguém confuso, ansioso, com medo de não ser aceito. Mas também mostra o quanto esses jovens têm potência, criatividade e sensibilidade. Eles não precisam de julgamento — precisam de apoio.

Conclusão: criar pontes, não muros

Falar sobre adolescência na contemporaneidade é urgente. É preciso compreender que os desafios que os jovens enfrentam hoje são diferentes dos de outras gerações, e isso não os torna menos válidos.

Precisamos estar atentos aos sinais, acolher os silêncios, valorizar os pequenos desabafos e, acima de tudo, construir relações baseadas no diálogo e na confiança. A adolescência não precisa ser uma fase solitária. Pode ser uma jornada de descobertas feita com apoio, amor e empatia.

Se você conhece um adolescente, pergunte como ele está — mas escute de verdade. Um simples gesto pode salvar uma vida.